Diariamente, nós, a comunidade de Floripa, nos relacionamos com os sítios arqueológicos, sejam as construções históricas na parte urbana da cidade (como a Ponte Hercílio Luz, as igrejas, as alfândegas, as fortificações, os engenhos e as casas com arquitetura colonial) ou as oficinas líticas e inscrições rupestres próximas às praias, por exemplo. Esse Patrimônio com o qual interagimos todos os dias faz parte daquilo que nos define enquanto cidadãos de Florianópolis, esse sentimento de pertencimento à cidade, sendo nascidos ou não na capital.

Desde os anos mil oitocentos e tantos, os sítios da Ilha tem chamado a atenção de pesquisadores, como foi o caso do austríaco Charles Wiener que escreveu sobre os concheiros. Em 1900, Virgílio Várzea publicou, em sua memorável obra Santa Catarina: A Ilha, algumas informações sobre um casqueiro em Ponta das Canas que estava em processo de destruição por ação de caieiras, sendo que ossos humanos eram encontrados em meio as conchas quando isso ocorria. Pois é, esse é um sambaqui, provavelmente um dos maiores da Ilha, que começou a ser destruído há mais de 100 anos!

Um personagem importantíssimo na preservação dos sítios arqueológicos, antes e depois da publicação de Lei da Arqueologia, foi o Pe. João Alfredo Rohr. Conhecido com um dos proeminentes arqueólogos da história do Brasil, Rohr registrou centenas e centenas de sítios por todo o estado de Santa Catarina e lutou pela preservação do patrimônio arqueológico entre os anos 1950 e 1980. Ao mesmo tempo, uma série de pesquisadores do Instituto de Antropologia da UFSC (atual MArquE) contribuiu imensamente na batalha contra a destruição de sítios.

Dos anos oitenta em diante, o IPHAN assumiu um papel de destaque no registro e preservação de sítios de Floripa, assim como arqueólogas e arqueólogos que passaram a realizar pesquisas na cidade como parte de estudos ambientais. Atualmente, Florianópolis conta com algumas empresas que prestam esse serviço e com instituições que realizam pesquisas acadêmicas, casos do LEIA e do MArquE.

Ainda que dezenas de arqueólogas e arqueólogos tenham realizado pesquisas em Floripa, o protagonismo na luta pela registro e preservação dos sítios é da comunidade. Desde as primeiras pesquisas até o presente, os cidadãos têm colaborado (e muito!) com informações sobre a existência e a localização de sítios, pois somente essas pessoas, que vivenciam Floripa de formas diferentes todos os dias, possuem esse conhecimento. Assim, o papel de cada um pela preservação dos sítios é fundamental, é um exercício de cidadania que colabora na nossa identificação enquanto pertencentes à Floripa!

Por isso, apresentamos abaixo nomes de pessoas, sem nem um tipo de distinção, que tem colaborado na preservação do Patrimônio de Floripa!

Faça sua parte também, junte-se a nós!