Você sabia que existem mais de 200 sítios arqueológicos registrados em Floripa?
Esses sítios mostram que tanto a Ilha de Santa Catarina quanto a área continental que hoje corresponde ao município de Florianópolis têm sido ocupadas há mais de 5000 anos por grupos humanos de diferentes origens e culturas.
Num primeiro momento, a região foi ocupada por populações indígenas que construíam grandes monumentos funerários com conchas, terra ou areia, e ossos de animais marinhos e terrestres, onde realizavam rituais e enterravam os mortos (sambaquis e sítios com cerâmica Itararé). Alguns desses monumentos são mais antigos que as pirâmides do Egito! Essas populações também deram origem às oficinas líticas e inscrições rupestres que atualmente encontramos nas praias e costões de Floripa.
Em seguida, a partir de 600 anos atrás, a região passou a ser ocupada por uma população diferente, falante da família linguística Tupi-Guarani, que vivia em comunidades distribuídas em grandes aldeias, chamadas de Tekoha, e que são conhecidas por produzirem vasilhames cerâmicos de grandes dimensões, onde preparavam bebidas e também sepultavam os mortos (sítios Guarani). Eram essas as comunidades que estavam vivendo no território que hoje corresponde ao município de Florianópolis quando os primeiros colonizadores europeus chegaram.
Esse período que vai de 5000 anos atrás até a chegada dos colonizadores europeus é conhecido como “pré-colonial”, um período de mais de 4000 anos que mostra que durante a maior parte de sua história, a ilha e o continente foram território dos antepassados das populações indígenas que atualmente vivem em Santa Catarina e outras partes do Brasil.
Com a chegada dos europeus, os indígenas falantes da família Tupi-Guarani que viviam na região migraram para outros locais, foram mortos, ou se tornaram força de trabalho. Um padrão diferente de uso do solo e ocupação do espaço foi implantando, dando origem a outros tipos de sítios arqueológicos, tanto urbanos quanto rurais, que podem ser militares (ex., fortalezas), religiosos (ex., igrejas), comerciais/produtivos (ex., engenhos), domésticos (ex., sobrados), e lixeiras (áreas de descarte) (sítios históricos).
Além das populações indígenas e europeias, durante o período colonial havia também populações de origem africana na região, que foram trazidas para servir de força de trabalho escrava. Os sítios arqueológicos que estão de alguma forma vinculados a essas populações são conhecidos como sítios da diáspora africana. Alguns desses sítios coincidem com as tipologias de sítios históricos citadas acima, mas as populações africanas e afrodescendentes deram também origem a sítios históricos específicos, como os quilombos.
Na Arqueologia, esse período que vai dos primeiros esforços de povoamento por colonizadores europeus (no ano de 1673) até os dias atuais, é conhecido como “histórico”.
No passado, muitos sítios arqueológicos pré-coloniais e históricos foram destruídos ou danificados para a produção de cal, agricultura, construção de edificações e estradas. Apesar disso, graças à atuação de arqueólogos como Pe. João Alfredo Rohr, à atuação do IPHAN e também de moradores do entorno dos sítios que se preocupam com a preservação desse patrimônio, uma grande parte desses sítios seguem preservados e podem ser facilmente visitados. Atualmente, o principal fator de risco aos sítios arqueológicos em Florianópolis é a especulação imobiliária.
Você também pode colaborar com a preservação desse patrimônio!
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